Bairro Azenha que até o final do ano vai perder o seu maior Monumento, o Estádio Olimpico Monumental.
AZENHA
O significado da palavra que deu origem a denominação do bairro Azenha –
“moinho de roda movido à água; atafona” – vincula-se à atividade de moagem de trigo
que foi iniciada na região em meados da metade do século XVIII, por iniciativa do
açoriano Francisco Antônio da Silveira, que possuía extensas plantações junto aos altos
do atual bairro. Conhecido popularmente como o “Chico da Azenha”, foi o primeiro
plantador de trigo e fabricante de farinha de Porto Alegre e, para tanto, utilizou-se do
trecho do Arroio Dilúvio, antigamente denominado como Arroio da Azenha, no
represamento da água necessária para o funcionamento de seu moinho.
Mas, o Arroio que beneficiava o moinho, também colaborava para o isolamento
de boa parte da região leste e sul da cidade. Assim, foi construída uma ponte de madeira
que, até metade do século XX, passou por inúmeros reparos e substituições, em
decorrência das enxurradas do Arroio. Apesar da precariedade de acesso ao bairro, a
ponte era o modo de contato com a estrada do Mato Grosso que, mais tarde, ficou
conhecida como Caminho da Azenha, bem como estabelecia o vínculo de Porto Alegre
com a antiga capital, Viamão. A atual ponte, mais larga e mais sólida que as anteriores,
foi iniciada em setembro de 1935 e concluída no ano seguinte pelo Intendente Alberto
Bins.
Com o final da Guerra dos Farrapos, o bairro assume novas características,
tendo em vista a transferência dos três cemitérios da Cidade para o alto de suas colinas,
sendo o primeiro deles, o da Santa Casa, em 1850. Assim, melhoramentos no bairro
passaram a ocorrer, sobretudo quando se aproximava o Dia de Finados. No ano de 1864,
a rua conheceu a “maxambomba”, um veículo de transporte coletivo, que se dirigia ao
Menino Deus através da Azenha.
Conforme Sérgio da Costa Franco, o bairro ganhou relevo no romance de Josué
Guimarães, Camilo Mortágua, cujo principal personagem residiu, durante algum tempo,
numa casa de cômodos fronteira ao antigo Cinema Castelo. Este cinema, aliás, foi
considerado o maior da história de Porto Alegre, com mais de 3 mil lugares.
A Azenha foi criado pela Lei 2022 de 7/12/59, com limites alterados
pela Lei 4685 de 21/12/79. Trata-se de um bairro que é uma das principais vias de
passagem de Porto Alegre, possuindo um forte comércio, especialmente com relação às
lojas de autopeças. Situa-se no bairro um dos mais antigos hospitais da cidade, o
Ernesto Dornelles, inaugurado em 1962, situado entre a Av. Ipiranga e rua Freitas de
Castro, em uma área de 11 mil quadrados.
Referências bibliográficas:
FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. Da
Universidade/UFRGS, 1992.
Dados Censo/IBGE 2000 In: http://www.portoalegre.rs.gov.br
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